Muito se engana quem acha que a acne, as famosas espinhas, são coisa somente de adolescente. Mas afinal, independentemente da minha idade, como posso preveni-las?

Ela é a inimiga número um dos adolescentes, mas se iludiu quem achou que, ao chegar na fase adulta, necessariamente se livraria por completo dela. Estamos falando da acne, claro, as famosas espinhas.

Uma doença de pele muito comum, onde as glândulas secretoras de óleo, as chamadas glândulas sebáceas, tornam-se inflamadas ou infectadas. Consequentemente, podem causar cravos, espinhas, cistos, caroços e, em casos mais extremos, até mesmo cicatrizes.

Em tese, um problema que, na maioria dos casos, tende a não causar muitas complicações para a saúde física. Contudo, pode se tornar um transtorno para a saúde mental ao afetar drasticamente a vaidade de quem sofre desse mal.

O porquê de termos acne

Você acordou hoje, se olhou no espelho, e percebeu, como em um toque de mágica, uma nova espinha em seu corpo que não estava ali ontem. Isso já te aconteceu, certo? Mas não se engane, esse processo não é repentino e aleatório da forma como acabamos de descrever.

Para a espinha tomar a forma como conhecemos, ela primeiro surge como cravo, a lesão primária da acne. As inflamações que resultam nessa lesão acontecem porque a queratina (proteína que fortalece unhas e cabelos e que é fabricada naturalmente pelo organismo) entope os poros.

Com os poros, então, obstruídos, a gordura que as glândulas sebáceas produzem para proteger e prevenir que a pele fique seca acaba impedida de sair.

Tudo bem, agora você já entendeu como a acne surge, mas outra pergunta ainda fica no ar…

Porque temos mais espinhas na adolescência do que nas outras fases da vida

Na puberdade, a acne aparece de forma mais recorrente em virtude do início da produção, pelo nosso corpo, de hormônios femininos (estrógenos) e masculinos (andrógenos). Ou seja, o adolescente sofre de forma mais recorrente pelas espinhas justamente por ser a fase da vida com mais oscilações hormonais.

Mas ok, a adolescência passou, você hoje é um adulto, e a acne não desapareceu da sua vida. A pergunta que fica, então, é:

Porque alguns adultos seguem sofrendo pela acne

Primeiro, porque as tais oscilações hormonais, apesar de serem mais comuns na adolescência, não são exclusividade dessa fase da vida. Elas acontecem também, por exemplo, durante o período menstrual e pré-menstrual para as mulheres, o que explica a maior incidência de acne para muitas delas durante esses momentos.

Outro fator que pode contribuir para o aumento de incidência dos problemas na pele são os excessos de cosméticos e maquiagens. Muitas vezes os cremes e bases contém componentes ricos em óleos. Estes, se não retirados corretamente após seu uso, podem entupir os poros e causar as tão incômodas inflamações.

Mas não só isso, a prevenção à acne também pode ter como aliado a adoção de um estilo de vida mais saudável. Os cuidados com relação à exposição aos raios ultravioletas e relacionados ao combate ao estresse, à obesidade e à alterações do sono, podem ajudar no combate às espinhas.

Estamos quase lá: agora você já sabe bem mais sobre acne do que antes de ler o texto. Mas, você sabia que existem sete principais tipos de acne e que cada um deles possui uma diferente forma de prevenção? É o que conta a Doutora Aleksana Viana, Especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, responsável pela lista abaixo:

Os sete principais tipos de acne e como lidar com cada um deles

Grau 1: não inflamatória ou comedônica

A acne grau 1, cientificamente conhecida por acne não inflamatória ou comedônica, é o tipo de acne mais comum. Normalmente tem início na puberdade, sendo mais frequente de acontecer a partir dos 15 anos tanto em meninos quanto em meninas.

Esse tipo de acne corresponde aos pequenos cravos que surgem principalmente na testa, nariz e bochechas e não há presença de pus, uma vez que está relacionado com alterações hormonais que afetam diretamente as glândulas sebáceas. Dessa forma resultando na obstrução dos folículos pilosos.

O que fazer: Esse tipo de acne pode ser tratado por meio de cremes ou loções de uso tópico. que devem ser indicados pelo dermatologista para ajudar a evitar e eliminar a acne. Assim, médico pode recomendar o uso de sabonetes com enxofre e ácido salicílico, por exemplo.

Grau 2: pápulo-pustulosa

A acne grau 2, cientificamente chamada de acne pápulo-pustulosa, é popularmente conhecida por espinha e consiste na presença de elevações na pele que contém pus, arredondadas, endurecidas, avermelhadas e que podem ser dolorosas.

Esse tipo de acne surge devido à inflamação das glândulas sebáceas devido à proliferação de microrganismos no local, principalmente da bactéria Propionibacterium acnes. Nesse caso, o dermatologista deve indicar o tratamento mais adequado.

O que fazer: Para tratar a acne do tipo 2, é importante não espremer as espinhas e seguir as orientações do dermatologista, que pode indicar o uso de antibióticos em comprimidos como tetraciclina, minociclina ou sulfa e antimicrobianos em gel como o peróxido de benzoíla, eritromicina ou clindamicina.

Grau 3: nódulo-cística

A acne grau 3, cientificamente chamada de acne nódulo-cística, é p espinha interna e é caracterizada pela presença de nódulos internos sob a pele, no rosto, costas e tórax, que são bastante doloridos e palpáveis e normalmente surgem devido a alterações hormonais relacionados com a adolescência ou período menstrual.

O que fazer: Assim como na acne de grau 3, é recomendado não espremer a espinha, pois pode haver maior inflamação do local, aumentando a dor e o desconforto e aumentando o risco de infecção.

Grau 4: conglobata

A acne de grau 4, ou acne conglobata, é um tipo de acne caracterizada por um conjunto de lesões próximas umas das outras com pus, o que pode levar à formação de abscessos e fístulas na pele, e, consequentemente, deformação da pele.

O que fazer: Nesse caso o mais indicado é consultar o dermatologista, que deve fazer uma avaliação da acne e possa ser iniciado o tratamento mais adequado, que na maioria dos casos é feito com o medicamento Roacutan.

Grau 5: acne fulminante

A acne de grau 5, também chamada de acne fulminante, é uma forma rara de acne. Neste, além das espinhas surgem outros sintomas como febre, dor nas articulações e mal-estar. Ela é mais comum de acontecer em homens e aparecer no peito, costas e rosto.

O que fazer: É importante que o clínico geral ou dermatologista, ao ser consultado, indique o tratamento mais adequado, que pode variar de acordo com as características da acne e gravidade dos sintomas apresentados. Assim, o médico pode recomendar o uso de medicamentos tópicos, remédios orais ou cirurgia.

Acne neonatal

A acne neonatal corresponde ao aparecimento de espinhas e cravos no rosto do bebê devido à troca de hormônios entre a mãe e o bebê durante a gestação, o que pode favorecer o aparecimento de pequenas bolinhas no rosto, testa ou costas do bebê.

O que fazer: A acne neonatal normalmente não necessita de tratamento, pois desaparecem espontaneamente aos 3 meses de idade. No entanto, é importante limpar regularmente a pele do bebê com água e sabão de pH neutro.

Acne medicamentosa

A acne medicamentosa é aquela que surge como consequência do uso de alguns medicamentos, como anticoncepcionais, suplementação prolongada ou excessiva de vitamina B, tratamentos hormonais ou com cortisona.

O que fazer: Quando a acne é causada por medicamentos, normalmente não há orientação, no entanto caso cause desconforto, o médico pode orientar a trocar do medicamento, suspender o uso ou alterar a dosagem.

Dermatologista

Agora sim você já sabe quase tudo sobre acne. Mas existe alguém que sabe ainda mais e que pode te ajudar bastante quando o assunto é sua pele. Sim, ele mesmo: o médico dermatologista.

É esse profissional que vai conseguir entender ao certo o seu caso e indicar o melhor caminho para você se sentir melhor e mais confortável com relação à sua vestimenta mais essencial, que é a sua própria pele.

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Não esqueça

O plano de saúde pode ser seu aliado nesse e diversos outros tratamentos. Vai ser através dele que você terá acesso à profissionais especializados, a quem você sempre deve recorrer em caso de dúvidas. A internet pode ser uma aliada, mas não substitui o papel do médico.

Se você tem um plano de saúde, use ele a seu favor para melhorar a saúde da sua pele, do seu cabelo e até da sua unha consultando um dermatologista. Você pode fazer tanto pela rede credenciada do seu plano de saúde, ou até mesmo por reembolso médico.

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