Mal de Parkinson: muito além dos tremores, conheça a doença.

Ainda é pouco o que se sabe sobre a doença de Parkinson. O preconceito, ainda por cima, torna tudo mais difícil. Mas, apesar de não ter cura, a doença tem tratamento e é perfeitamente possível enfrenta-la com qualidade de vida.
Foi em 1817 que um médico londrino identificou e descobriu um distúrbio que ele chamou de paralisia agitante. Posteriormente, mais precisamente após seis décadas , o neurologista Jean-Martin Charcot, em reconhecimento ao colega, sugeriu que o sobrenome do responsável pela descoberta desse nome à doença. Nasceu então o termo como conhecemos até hoje: Mal de Parkinson.
Segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer, o Parkinson acomete aproximadamente 6 milhões em todo o mundo. No Brasil, estima-se que sejam ao menos 250 mil os portadores. Apesar da maior predominância na população mais velha, os jovens não estão 100% livres da possibilidade: cerca de 10% dos casos se dão na população com menos de 60 anos.
Muito se engana quem acha que os sintomas e consequências dessa patologia se limitam aos tremores nas mãos. Pelo contrário, vão muito além. Mas, apesar de ser uma doença crônica, sem cura, o Parkinson possui hoje tratamentos efetivos, que tornam possível uma maior qualidade de vida para quem convive com a doença.
O que é o Mal de Parkinson
O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor, ou seja, uma substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas.
Com a deficiência de dopamina, uma pequena região do cérebro, chamada substância negra, passa a atuar com menos efetividade. É essa região encefálica que, graças à presença de dopamina, faz com que os movimentos voluntários do corpo sejam realizados de forma automática. Ou seja, a condição faz com o que controle motor do indivíduo seja perdido, causando os sinais e sintomas pelo qual a doença é mais conhecida.

As causas da doença
Existe um processo natural, decorrente do envelhecimento, em que o indivíduo passa a apresentar uma morte progressiva das células nervosas que produzem a dopamina. A questão se dá, no entanto, em casos em que essa perda acontece de forma acelerada, mais agressiva do que o considerado “normal”.
A medicina ainda não tem todas as respostas para explicar o porquê da doença acontecer. O que se sabe, até então, é que provavelmente o Parkinson resulta da consequência da combinação de fatores genéticos e ambientais. Atualmente, há uma linha de pesquisa, também, que leva a crer que substâncias químicas tóxicas, como vírus, bactérias e metais pesados, herbicidas e pesticidas, também podem contribuir para desencadear o aparecimento dos sintomas.
Os principais sintomas do Mal de Parkinson
Quando se fala em sintomas de Parkinson, logo vem em mente os tremores. O sintoma em questão é mais evidente ou exclusivo quando a mão do paciente está parada. Seja em repouso quando o paciente está sentado, seja quando ele está em pé com os braços relaxados. Ou seja, quando o paciente executa algum movimento a tendência do tremor é diminuir ou desaparecer. Além disso, caracteristicamente o tremor é assimétrico, logo, é mais evidente em apenas um lado do corpo, geralmente as mãos, e com o passar dos anos pode afetar o outro lado.
Ao contrário do que se pensa, no entanto, o tremor, característico da doença não é o sintoma mais comum do Mal de Parkinson. Em cerca de 30% dos acometidos ele não está presente, sendo os mais recorrentes, na verdade, e lentidão dos movimentos e a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo.
Os sintomas da doença, portanto, podem ser divididos em motores e não-motores, sendo:
Sintomas motores:
- Lentidão dos movimentos
- Rigidez entre as articulações
- Tremores de repouso
- Problemas de equilíbrio
- Dificuldade para engolir
- Redução do tamanho da letra na escrita
Sintomas não-motores:
- Depressão
- Ansiedade
- Perda do olfato
- Declínio cognitivo e demência
- Queda da pressão decorrente da postura)
- Dor
- Alucinações e psicose
- Distúrbios do sono
- Transtorno do Controle dos Impulsos (TCI)
- Problemas gastrointestinais
- Disfunções sexuais e urinárias
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Diferença entre Mal de Parkinson e Síndrome Parkinsoniana
O conjunto de sinais e sintomas neurológicos formados pelos sintomas apontados acima é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo, o que não é um sinônimo para a doença de Parkinson. A síndrome é composta por diferentes patologias, apesar da mais comum – algo em torno de 70% dos casos – ser justamente o mal de Parkinson.
Os demais casos relacionam-se a enfermidades ou condições clínicas nas quais os sintomas são semelhantes. No entanto, outras características estão presentes e a história clínica e a evolução vão ajudar no diagnóstico diferencial. Uma causa importante de parkinsonismo secundário é o uso de certos medicamentos (por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens, tonturas e doenças psiquiátricas e alguns remédios para hipertensão). A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis com a interrupção dos medicamentos que os causaram.

Odiagnóstico da doença
O diagnóstico do Parkinson normalmente se dá por um profissional neurológico, já que o mesmo possui a capacidade de diferenciar a doença de outras existentes e que também afetam os movimentos involuntários do corpo. A confirmação da doença se dá por uma série de exames, como tomografias cerebrais, ressonâncias magnéticas, exames sanguíneos e de imagem, que, em conjunto, respaldam a identificação da patologia.
Os tratamentos para o Parkinson
Apesar de uma doença crônica neurodegenerativa, a evolução do Parkinson costuma ser lenta. Dessa forma, o tratamento tem como objetivo principal manter a qualidade de vida do paciente durante o máximo de tempo possível.
Para isso, costuma-se combinar diferentes estratégias terapêuticas, como atividade física, uso de medicamentos, fisioterapia e, em alguns casos, até mesmo cirurgia. A resposta ao tratamento costuma ser satisfatória, aliviando consideravelmente os sintomas da doença. Mas é essencial que o acompanhamento médico se dê de forma interdisciplinar, incluindo diferentes especialistas, como neurologista, fisioterapeuta, psicólogo, psiquiatra, educador físico, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, por exemplo.
Assim como em qualquer doença, importante entender que cada caso é um caso. Ainda mais quando se fala do Mal de Parkinson, é importante estar cercado de bons profissionais, capacitados para prestar toda a assistência necessária. Sendo usuário Duca, além do plano ideal para que você tenha acesso à esses médicos, você ainda tem todo o suporte da nossa equipe para enfrentar os obstáculos que a doença venha a lhe oferecer.
Matéria muito esclarecedora!